
Eu sou nuvem passageira
Que com o vento se vai
Eu sou como um cristal bonito
Que se quebra quando cai
Não adianta escrever meu nome numa pedra
Pois esta pedra em pó vai se transformar
Você não vê que a vida corre contra o tempo
Sou um castelo de areia na beira do mar
A lua cheia convida para um longo beijo
Mas o relógio te cobra o dia de amanhã
Estou sozinho, perdido e louco no meu leito
E a namorada analisada por sobre o divã
Por isso agora o que eu quero é dançar na chuva
Não quero nem saber de me fazer, ou me matar
Eu vou deixar um dia a vida e a minha energia
Sou um castelo de areia na beira do mar
- Hermes de Aquino
Segundo Edgar Morin, o amor faz parte da poesia da vida. Devemos viver esta poesia que não pode espalhar-se pela vida como um todo, e isso porque, se tudo fosse poesia, não haveria espaço para a prosa. Da mesma maneira que o sofrimento deve existir para que se conheça a felicidade, deverá também haver prosa para que haja poesia. E é preciso se atentar pois levar a razão a seus limites máximos nos conduz ao delírio e uma vida racional, pode ser pura loucura...
Hoje quero me deitar ao céu para observar o maravilhoso espetáculo que acontece todos os dias mas estou sempre com pouco tempo para poder admirar. Me pergunto como podem ser ao mesmo tempo, tão inconstantes e tão perfeitas? Ah, as nuvens!
Para ouvir.