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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Logorama

Logorama é um filme de curta-metragem animado francês de 2009, dirigido por François Alaux, Hervé de Crecy e Ludovic Houplain. O curta-metragem ganhou o Premio Kodak no Festival de Cannes de 2009 e o Oscar de Melhor Curta-Metragem de Animação do Oscar 2010.
Muito legal a quantidade de marcas e referências que encontramos na "cidade das marcas". Abaixo o filme. Não consegui incorporar legendado então, pra quem preferir, tá aqui o link.
Quantas marcas você consegue identificar?

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Alexa

Olás! Post para fugir um pouco da seriedade que esse espaço está se tornando =P
Brincadeiras a parte, já faz um tempo que quero postar esse vídeo aqui. Se trata de Alexa, uma garotinha que canta so cute com seu pai. Acho que as músicas que eles cantam, na maioria covers, ficam melhores que as originais. O que mais gosto é a cumplicidade e admiração da parte dela pelo pai. Muito lindo isso. Acho que muita gente já conhece mas postei aqui apenas para ser curtido, sem mais.
Enjoy!



Para Sara, Raquel, Lia e para todas as crianças

Eu queria uma escola que cultivasse
a curiosidade de aprender
que é em vocês natural.

Eu queria uma escola que educasse
seu corpo e seus movimentos:
que possibilitasse seu crescimento
físico e sadio. Normal

Eu queria uma escola que lhes
ensinasse tudo sobre a natureza,
o ar, a matéria, as plantas, os animais,
seu próprio corpo. Deus.

Mas que ensinasse primeiro pela
observação, pela descoberta,
pela experimentação.

E que dessas coisas lhes ensinasse
não só o conhecer, como também
a aceitar, a amar e preservar.

Eu queria uma escola que lhes
ensinasse tudo sobre a nossa história
e a nossa terra de uma maneira
viva e atraente.

Eu queria uma escola que lhes
ensinasse a usarem bem a nossa língua,
a pensarem e a se expressarem
com clareza.

Eu queria uma escola que lhes
ensinassem a pensar, a raciocinar,
a procurar soluções.

Eu queria uma escola que desde cedo
usasse materiais concretos para que vocês pudessem ir formando corretamente os conceitos matemáticos, os conceitos de números, as operações... pedrinhas... só porcariinhas!... fazendo vocês aprenderem brincando...

Oh! meu Deus!

Deus que livre vocês de uma escola
em que tenham que copiar pontos.

Deus que livre vocês de decorar
sem entender, nomes, datas, fatos...

Deus que livre vocês de aceitarem
conhecimentos "prontos",
mediocremente embalados
nos livros didáticos descartáveis.

Deus que livre vocês de ficarem
passivos, ouvindo e repetindo,
repetindo, repetindo...

Eu também queria uma escola
que ensinasse a conviver, a
coooperar,
a respeitar, a esperar, a saber viver
em comunidade, em união.

Que vocês aprendessem
a transformar e criar.

Que lhes desse múltiplos meios de
vocês expressarem cada
sentimento,
cada drama, cada emoção.

Ah! E antes que eu me esqueça:

Deus que livre vocês
de um professor incompetente.

                                                 Carlos Drummond de Andrade

Para ler:
Não somos irresponsáveis
Estudantes querem aprender a forma culta da língua

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Why do we do that?


Pensando sobre um assunto, estudando na matéria que infelizmente está acabando, lendo e até vendo em filmes, resolvi escrever sobre para tentar esclarecer um pouco mais, acho que mais pra mim mesma.
Para começar devo afirmar que nunca gostei (talvez pela maneira que me foi apresentado inicialmente, acredito que de forma forçada) dos filmes de Matrix. Apesar de já ter visto os três, nunca havia me interessado pela estória, pela idéia, enfim, pelo filme. Por nenhum deles. E já ouvi várias analogias da estória do filme como o personagem principal ser comparado com Jesus ou com o anticristo. Várias, muitas mesmo, citações em assuntos de simbologias e afins. Enfim, muitos motivos a mais para eu não me interessar pelo filme. Acho que pela polêmica que causou.
Mas como disse, lendo e estudando sobre esse assunto, me chamou a atenção o fato de o filme, a meu entendimento, conter um pouco disso. Disso o que? Sociedade, influência, dominância, padrão, certo e errado. Enfim, na verdade são vários assuntos que estão interligados e que a meu ver, o filme consegue mostrar de forma clara. Minha intenção nesse post não é falar de Matrix, apenas citar uma parte importante, a essência. Devo me adiantar que nada do que eu disser aqui deve ser considerado como o certo, apenas o meu ponto de vista, o meu entendimento a respeito de tudo o que eu disser.
Todos que já assistiram Matrix devem saber sobre a questão central do filme, sair da Matrix. O significado disso, todos devem saber também, é referente a querer ser diferente, a não ter que "engolir" tudo que nos é imposto coletivamente. O fato de o personagem principal ser "O escolhido", é por ele ser alguém crítico, que não é conformado com apenas o que lhe é ensinado como o correto para se ter uma vida em sociedade. E mais do que isso, quando a verdade lhe é apresentada, ele acredita que é capaz de ser/fazer diferente. Ele acredita e faz. Eis o motivo de ser o escolhido.
Uma vez alguém me disse que acredita estar vivendo em uma prisão, onde tudo já está determinado, desde o nascimento. Uma vida onde você precisa estudar para conseguir trabalhar e se sustentar. Uma vida onde não se pode ser diferente do que foi determinado como o correto para se "viver bem". Mas o que é uma vida em sociedade senão seguir regras e normas? Cada sociedade tem uma cultura, muitas vezes tão diferente da nossa, e por isso cada sociedade é diferente uma da outra. Agora pensando mais afundo, independente da cultura, existem padrões que são impostos  pela sociedade como correto ou errado que as vezes, são (im)possíveis mudar, diferir. São fatos que não podem ser mudados pelo fato de a pessoa não acreditar ser possível e fatos onde muitas vezes é preferível permanecer para ser aceito, pois normalmente quem difere é excluído.
Já nos disse Simone de Beauvoir, em seu extenso estudo sobre o verdadeiro significado da condição feminina que, “Ninguém nasce mulher; torna-se mulher”. Em resumo, tudo o que somos, é apenas o que fomos ensinados e moldados a ser. Afinal, esse é o papel da sociedade não é mesmo? Como diz Pink em sua música: "Done looking for the critics cause they're everywhere. They don't like my jeans, they don't get my hair. Stringe ourselves. And we do it all the time. Why do we do that?" Apenas porque assim fomos ensinados. Sim, somos ensinados a seguir um padrão, aprendemos em casa, na escola, no trabalho, na mídia (oh, como ela gosta de nos ensinar isso!), na rua, enfim, em nossa sociedade.
Mas agora voltando ao escolhido de Matrix. Ele foi o que foi porque foi o único capaz de acreditar de verdade em tudo que foi capaz de fazer. Vou tentar explicar usando como exemplo um hipnoterapeuta que certa vez soube de uma pessoa que estava com uma doença de pele. Infelizmente não consegui localizar a matéria sobre o fato para linká-la mas vamos lá. Ele usou hipnoterapia para curar o indivíduo. Quando o médico do paciente soube da notícia, a principio achou impossível ter realmente ocorrido pois a doença era incurável. Muitas pessoas, quando souberam disso, procuraram o hipnoterapeuta para conseguir a cura. Mas, infelizmente ele soube pelo médico que a doença era incurável e nunca mais conseguiu curar novamente. Por que não? Porque o médico disse que não era possível, pois a doença era incurável. Sua mente que antes desconhecia o fato, acreditou e fez mas, apartir do momento que recebeu a nova informação, ficou condicionada a ela.
Já vi por aí muitas pessoas que acreditam que você é o que você acredita ser. Que você faz o que acredita ser capaz, sendo acreditar algo muito mais profundo que apenas dizer "eu acredito", algo que em Matrix, apenas um foi capaz de crer tão profundamente que foi capaz de não acreditar em sua morte e não morrer mesmo "estando morto". Aliás, para quem pensa assim também, recomendo uma leitura. E que seja lida preferencialmente com a mente bem aberta.
O fato é que de fato somos condicionados a tantas coisas pela sociedade (e digo pela sociedade não criticando mas, é nela que vivemos, logo é ela quem nos condiciona) que fica difícil viver. Penso como as pessoas aceitam tantas coisas, penso como eu aceito tantas coisas inaceitáveis na minha concepção. É mais cômodo apenas aceitar e continuar seguindo mas, um dia vai ter que ser diferente.

Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta. A gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto... Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém. - John Lennon

domingo, 8 de maio de 2011

Amor platônico

O amor platônico é entendido como um amor à distância, que não se aproxima, não toca, não envolve. Reveste-se de fantasias e de idealização. O objeto do amor é o ser perfeito, detentor de todas as boas qualidades e sem máculas. Ocorre frequentemente na adolescência, principalmente nos indivíduos mais tímidos, introvertidos, que sentem uma maior dificuldade de aproximar-se do objeto de amor, por insegurança, imaturidade ou inibição do ponto de vista emocional. Quem nunca passou por isso?

Conta-nos Platão em "O Banquete" uma conversação acerca da natureza, do sentido e as implicações do amor. Teve como participantes Apolodro, Fedro, Agatão, Sócrates, entre outros. Eles fazem várias descrições de amor, todas unilaterais, embora não falsas, até chegar a vez de Sócrates. Sócrates diz que em sua juventude, ele foi ensinado "a filosofia do amor" pela sacerdotisa Diotima.
Ele fala sobre o surgimento de Eros. Mas antes, vale-se saber que na mitologia grega, Eros era o deus primordial do amor e beleza. Na mitologia romana, foi conhecido por Cupido. Na Teogonia de Hesíodo Eros, que mais tarde se chamaria amor, era um deus primordial, ainda não havia masculino e feminino e Eros expressava o impulso do universo em se manifestar, de trazer à luz o que estava oculto na escuridão. Em alguns mitos, Eros é o filho das divindades Afrodite e Ares. Nesse diálogo, Sócrates nos apresenta uma terceira versão de Eros. Suas idéias são a origem do conceito de amor platônico.
Acontece que o amor platônico é o mais incompreendido de todos os conceitos de Platão. As pessoas, que em sua maioria não conhecem a obra de Platão, pensam que amor platônico significa amor ascético ou assexuado porém isso não é verdade pois em "O Banquete", Platão apresenta o amor sexual como um ato natural, mas com raízes infinitamente mais profundas.
Para ele, o amor é um princípio cósmico, afirma que o amor é uma escada com sete degraus, que vão do amor por uma pessoa até o amor pelas realidades superiores do universo. O passo inicial nessa escada, para a maioria das pessoas, ocorre através do amor físico. Mas se você se apaixona por uma pessoa, atraída por qualidades e fixa-se exclusivamente nessa pessoa, nesse primeiro degrau de uma escada que possui muitos outros, permanece parado, em comparação a tudo que uma pessoa pode vir a ser.
Quando você está apaixonado, é como se o universo estivesse concentrado na outra pessoa. Isso não é necessariamente falso. Platão diz que, em certo sentido, o universo realmente está nessa pessoa. Você só precisa transformar essa dimensão e ver não apenas a pessoa, mas o universo nela.
O amor platônico é tão amplo e universal que, embora comece como amor pela forma bela, termina como o amor pela própria beleza, um princípio eterno do universo. Você é levado, de um modo muito natural, a perceber que todas as formas belas são dignas de amor, se torna sensível a todas elas. Platão emprega constantemente o termo beleza; a beleza das idéias toma-se tão ou mais real que a beleza física.
Amor e beleza estão ligados. Você vê beleza quando está amando. À medida que progride, você sente por todas as formas belas a espécie de exaltação que experimentou quando se apaixonou pela primeira vez. Quando permite que o amor o leve para a frente, você sai do particular em direção ao múltiplo.
Em seguida, você vê que a beleza da mente é mais maravilhosa que a beleza da forma. Platão afirma que você se apaixona pela qualidade da mente de uma pessoa mesmo que sua forma física não seja tão graciosa. Essa é uma progressão do concreto para o imaterial, sob a influência e inspiração do amor.
Então na escada do amor temos o segundo degrau que é amar todas as formas físicas belas. O terceiro que é amar a beleza da mente, independente da forma física à qual ela está associada. O quarto degrau que é a ética - o amor pelas práticas belas. Envolve integridade, justiça, bondade e consideração. É um passo mais abrangente e universal. Ele conduz ao degrau número cinco, que é o amor pelas instituições belas. No sexto passo você se apaixona pela ciência, que articula não só as leis que governam o indivíduo, a família e a sociedade, mas algo que transcende o meio local. A beleza da ciência é universal.

Depois de passarmos por todos os degraus, ocorre, no sétimo passo, uma diferença de gradação; subitamente você vê não a manifestação da beleza, mas a beleza em si. Esse é o ponto alto dos sagrados mistérios. O amor se expressa como a manifestação eterna da beleza em si. Você se apaixona pela essência que torna belas todas as coisas.
Por isso, os seres humanos certamente valorizam a experiência do amor e do sexo. Por meio de um amor sexual intenso, cada um de nós experimenta por breves momentos a autotranscendência e a abnegação. No sétimo degrau da escada, essa autotranscendência, que era breve e momentânea, transforma-se no estado natural onde passa-se a habitar em tempo integral.
 
Enfim, é certo que muitos de nós (para não dizer todos) já passou ou passa por uma situação de amor platônico semelhante à citada no início desse post, mas poucos são os que conseguiram subir a escada até o final. A verdade é que hoje em dia a moda é parar no primeiro degrau, no amor idealizado e egoísta. Felizes foram os poetas da era clássica ter a possibilidade de realizar o desejo amoroso mas, por opção, renunciar a ele. Apenas para provar que o amor (perfeito e eterno) está acima do desejo (físico e circunstancial).
Infelizmente, o que acontece hoje, em muitos casos, é o relacionamento físico apenas como meio para se obter prazer e/ou algum benefício. Como seria muito melhor se as pessoas conseguissem chegar ao menos na metade do caminho, na metade da escada, muita coisa seria diferente. É triste ver o rumo que nosso planeta está tomando, lamentável.
 
Para finalizar esse post que já está querendo mudar o foco quero parabenizar aquelas que são o símbolo do amor puro e incondicional, as mães. Parabéns para nós!
 

 
See ya!