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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

see ya later!


Pois é, mudança, TC e outras coisas que estão ocupando meu tempo a ponto de não sobrar um cadinho pra eu escrever aqui. Enfim, vim dizer até logo, só não sei ainda quão logo será esse até.. mas ao menos as férias estão chegando! So what? lol
Deixo uma música um tanto antiga mas que gosto muito! Clipe meio nosense.. e talvez esse seja mais um motivo para eu gostar dele ^^


terça-feira, 12 de outubro de 2010

Moral final =P

Olás!
Após um longo período de reflexão que deixei para vós, voltei sem mais lições de moral, nesse caso, no duplo sentido mesmo. Vou encerrar esse assunto com um vídeo onde mostra claramente tudo que eu falei nos ultimos posts.
Tudo bem, agora você pode rir e quem sabe também ficar indignado como eu fiquei, com as reações das pessoas =3
No final do vídeo seguem as continuações que são ainda piores!

domingo, 3 de outubro de 2010

Moral (parte 2)

E então, conseguiu pensar sobre o que você faria e o que você não faria se tivesse esse anel mágico no qual sempre que você quisesse, o tornasse invisível? Pois bem, antes vamos esclarecer o que é a moral. É o conjunto do que um indivíduo se impõe ou proíbe a si mesmo, não para, antes de mais nada, aumentar sua felicidade ou seu bem-estar próprios, o que não passaria de egoísmo, mas para levar em conta os interesses ou os direitos do outro. A moral responde à pergunta: “O que devo fazer?” É o conjunto dos meus deveres – mesmo que, às vezes, como todo o mundo, eu os viole. É a lei que imponho a mim mesmo, ou ao menos que deveria me impor, independentemente do olhar do outro e de qualquer sanção ou recompensa esperadas.
O que devo fazer? e não O que os outros devem fazer? É o que distingue a moral do moralismo. A moral só é legítima na primeira pessoa. Dizer a alguém: “você tem de ser corajoso” não é dar prova de coragem. A moral só vale para si mesmo.
Tendo esse anel, você continuaria por exemplo a respeitar a propriedade e intimidade do outro, seus segredos, sua liberdade? Seria capaz de resistir, diferente de Giges, que na primeira oportunidade tratou de conquistar o poder? Aquela roupa na vitrine que você tanto quer, poderia simplesmente roubar, ninguem saberia, ninguem ira ver. Seria capaz de resistir à tantas tentações possíveis que esse anel o submeteria?
Em contraposição, o que, mesmo sendo invisível, você continuaria a se impor ou a se proibri, não por interesse, mas por dever, só isso é estritamente moral. O que você exige de você mesmo, não em função do olhar alheio ou de determinada ameaça exterior, mas em nome de certa concepção do bem e do mal, do dever e do proibido, do admissível e do inadmissível. Concretamente: o conjunto das regras a que você se submeteria, mesmo que fosse invisível e invencível.
A resposta de tudo isso cabe somente a você decidir, depende única e exclusivamente de você. E eu nem quero saber a resposta, pois como no texto citado no post anterior, "se alguém recebesse a permissão de que falei e jamais quisesse cometer a injustiça nem tocar no bem de outrem, pareceria (...) o mais insensato àqueles que soubessem da sua conduta; em presença uns dos outros, elogiá-la-iam, mas para se enganarem mutuamente e por causa do medo de se tomarem vítimas da injustiça.".
Porque agir moralmente é levar em conta os interesses do outro sem esperar nenhuma recompensa ou castigo possível, sem necessitar de nenhum outro olhar além do seu mesmo. Você vale única e exclusivamente pelo bem que faz, pelo mal que se proíbe fazer, sem nenhum outro benefício além da satisfação de fazer o bem – mesmo que ninguém jamais venha a saber do seu feito.

sábado, 2 de outubro de 2010

Moral

Vou dividir o tema desse post em dois ou mais, dependendo do quanto o assunto se estender. Hoje vou deixar apenas um trecho da obra de Platão, A Republica, onde relata o mito do anel encontrado pelo pastor Giges.

"Este homem era pastor a serviço do rei que naquela época governava Lídia. Certo dia, durante uma violenta tempestade acompanhada de um terremoto, o solo fendeu-se e formou-se um precipício perto do lugar onde o seu rebanho pastava. Tomado de assombro, desceu ao fundo do abismo e, entre outras maravilhas que a lenda enumera, viu um cavalo de bronze oco, cheio de pequenas aberturas; debruçando -se para o interior, viu um cadáver que parecia maior do que o de um homem e que tinha na mão um anel de ouro, de que se apoderou; depois partiu sem levar mais nada.
Com esse anel no dedo, foi assistir à assembleia habitual dos pastores, que se realizava todos os meses, para informar ao rei o estado dos seus rebanhos. Tendo ocupado o seu lugar no meio dos outros, virou sem querer o engaste do anel para o interior da mão; imediatamente se tornou invisível aos seus vizinhos, que falaram dele como se não se encontrasse ali. Assustado, apalpou novamente o anel, virou o engaste para fora e tornou-se visível.
Tendo-se apercebido disso, repetiu a experiência, para ver se o anel tinha realmente esse poder; reproduziu-se o mesmo prodígio: virando o engaste para dentro, tornava-se invisível; para fora, visível. Assim que teve a certeza, conseguiu juntar-se aos mensageiros que iriam ter com o rei. Chegando ao palácio, seduziu a rainha, conspirou com ela a morte do rei, matou-o e obteve assim o poder.
Se existissem dois anéis desta natureza e o justo recebesse um, o injusto outro, é provável que nenhum fosse de caráter tão firme para preservar na justiça e para ter coragem de não se apoderar dos bens de outrem, sendo que poderia tirar sem receio o que quisesse da ágora, introduzir-se nas casas para se unir a quem lhe agradasse, matar uns, romper os grilhões a outros e fazer o que lhe aprouvesse, tornando-se igual a um deus entre os homens.
Agindo assim, nada o diferenciaria do mau: ambos tenderiam para o mesmo fim. E citar-se-ia isso como uma grande prova de que ninguém é justo por vontade própria, mas por obrigação, não sendo a justiça um bem individual, visto que aquele que se julga capaz de cometer a injustiça comete-a. Com efeito, todo homem pensa que a injustiça é individualmente mais proveitosa que a justiça, e pensa isto com razão, segundo os partidários desta doutrina. Pois, se alguém recebesse a permissão de que falei e jamais quisesse cometer a injustiça nem tocar no bem de outrem, pareceria o mais infeliz dos homens e o mais insensato àqueles que soubessem da sua conduta; em presença uns dos outros, elogiá-la-iam, mas para se enganarem mutuamente e por causa do medo de se tomarem vítimas da injustiça. Eis o que eu tinha a dizer sobre este assunto."

Deixo uma pergunta para reflexão, se você tivesse esse anel mágico, que o deixasse invisível sempre que você quisesse, o que faria?