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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Be yourself

William Blake - Satã observando o amor de Adão e Eva

Vontade de escrever coisas que não podem ser lidas. Escrever apenas para escrever, sem ter que dar explicações ou satisfações.. mas é pra isso que existe diário não é? Vou então mudar de assunto para falar um pouco de Willian Blake, na verdade não necessariamente dele, mas de parte dele. 
Ele foi um dos primeiros grandes poetas Românticos ingleses e também pintor e impressor. Viveu num período significativo da história, marcado pelo Iluminismo e pela Revolução Industrial na Inglaterra. Enxergava o que muitos se negavam a ver: a pobreza, a injustiça social, a negatividade do poder da Igreja e do estado. Foi uma voz solitária contra a marcha da ciência e da razão. Talvez por isso tenha sido visto por seus contemporâneos como um lunático e tenha desfrutado de pouco sucesso quando vivo. Falar sobre ele e suas obras renderiam muitos parágrafos mas quero hoje falar apenas de uma de suas frases que muito me significa: "Devo criar um sistema ou ser escravizado por outro homem. Não vou raciocinar nem comparar; meu negócio é criar.
E sua explicação para isso não é apenas criar por criar, é muito mais que isso, é exteriorizar você no mudo. Porque tudo que somos capazes de criar, por mais simples que seja, é uma forma de deixar uma marca de nossa existência no mundo. É uma forma de nos conhecer melhor, de sabermos mais sobre nós mesmos, porque dessa forma, estamos vendo algo que veio de dentro, somos nós, fora de nós. É mais que apenas se olhar no espelho, é se ver por dentro, exatamente como você é ou está. Seja pintando, escrevendo ou criando algo novo, algo seu. Sendo apenas, mas magnificamente, você.
E pra terminar meu pequeno post de hoje, mais uma frase de Blake:

"O mundo da imaginação é o mundo da Eternidade. É o seio para o qual nos dirigimos após a morte do corpo vegetativo. Esse mundo é infinito e Eterno, enquanto o mundo da procriação é finito e temporal. Todas as coisas, em suas Formas Eternas, estão dentro do corpo divino do Salvador, a verdadeira voz da Eternidade, a Imaginação Humana."

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

run, run, run away..


lost, lost, lost my mind..

Será?


Por que temos tanta certeza sobre o que é melhor para a vida dos outros sendo que muitas vezes, tomamos decisões erradas para nossa própria vida, mas ainda assim, acreditamos saber o que é o correto para o outro?
Lendo uma reportagem sobre Eutanásia x Milagre, fiquei espantada e revoltada com tamanho desrespeito e brutalidade com que pessoas completamente desconhecidas acreditam saber qual a melhor solução para um problema que não estão e nem jamais viveram. A matéria é sobre uma mãe que cuida, há mais de 10 anos, de sua filha que está em coma, em estado vegetativo. Sob pontos de vista diferentes, duas pessoas com idéias antagônicas acreditam ter a solução para o problema dessa mãe que cuida com tanta dor, amor, sofrimento e persistência de sua filha.
De um lado, um médico que defende o direito de uma pessoa em coma deixar sua vida tomar seu curso natural, o que seria no caso a ortotanásia, onde se deixa acontecer a evolução de uma doença, sem interferência da ciência, para chegar a morte natural. Ou seja, pede para a mãe parar de prestar toda a assistência e cuidado com a filha e a deixe, por assim dizer, a seu destino para que a natureza faça o resto. De outro lado, uma religiosa que acredita que o correto é a mãe ter fé de que é possível o milagre da cura de sua filha. Bastaria apenas levar a filha à igreja para que ela fosse curada, não se esquecendo do detalhe de que é preciso ter fé, pois se uma tragédia não for revertida, o culpado, no caso culpada, seria a mãe, por não ter fé suficiente.
São apenas pontos de vista, opiniões de pessoas que como eu disse antes, completamente desconhecidas, que se colocaram no lugar da mãe. E ainda ousam dizer que se a mãe ama a filha de verdade, ela precisa tomar a decisão correta. Lembrando claro que para cada um, a sua própria decisão é a correta. Não levam em conta que além de estar passando por todo esse sofrimento, a mãe também tem uma opinião, dolorosa e difícil que precisa ser tomada não só para ela, mas para sua filha que já não tem mais o poder da decisão.
É um assunto delicado e complicado de se falar, porque por mais que nos coloquemos no lugar da mãe, ou até da filha, para "decidir" o que poderia ser melhor para elas, jamais iríamos viver o sofrimento dessa mãe. Porque se imaginar no lugar de uma pessoa, pode-se até chegar perto de entender o sofrimento, mas jamais sentir igual. Porque estar de fato é completamente diferente de se imaginar igual. E todo o resto que eu poderia falar sobre isso já é especulação porque existem coisas na vida que só entendemos como realmente é, quando vivemos.
E isso vale não apenas em casos de vida ou morte, mas em qualquer ocasião. Não é atoa que nossa dor parece as vezes tão maior que de outrem, é nossa dor e apenas quem sente sabe como é. Por mais que tentemos explicar como é, ou que outro se coloque em nossa pela, ele pode no máximo imaginar, mas jamais sentir pra poder julgar e dar o veredito final. Pena que temos tanta mania de acreditarmos estar com a razão.. sempre com a razão.
Créditos: Imagem do post

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

wowning

idk but i really really miss the times when i rolfmao playing wow... good times =P
Apesar da necessidade[...], hoje estou com preguiça de escrever.. então vou apenas colocar uma coisa legal e divertida.. talvez apenas pra quem jogue ou conheça, pq diferente disso acredito que não faça muito sentido afinal =]

E pra quem se interessa, deixo abaixo alguns links de vídeos que valem a pena sobre wow..
funny! >> UlduarDon't Make Me Get My Main xD
some love stories >> The Story
, Wrought 

sábado, 14 de novembro de 2009

slug..



I can't find the words to say  
They're overdue  
I'd travel half the world to say  
I belong to you..  


and this is all..

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Forgiveness . . .

"Resilience" By Katie M Berggren
Lendo uma matéria sobre Boris Cyrulnik, onde conta um pouco sobre como ele conseguiu superar a dor da perda de seus pais em um campo de concentração nazista e como ele conseguiu "dar a volta por cima", tornando-se médico psiquiatra, neurologista, escritor, psicanalista e especialista em resiliência, resolvi falar um pouco sobre isso.
Resiliência, uma palavra que eu conhecia até então somente de um jogo. Sendo essa, um atributo que reduz a chance de receber ataques críticos, reduzindo o dano tomado de jogadores em geral. Ela não é uma coisa inata e só pode ser adquirida de fontes externas como equipamentos, encantamentos e afins. Definição parecida mas diferente da vida real, onde resiliência é a capacidade de o indivíduo lidar com problemas e superar as adversidades, sendo forte durante uma crise. Segundo Boris, "A resiliência é o antidestino". Pode-se considerar que a resiliência é uma combinação de fatores que propiciam ao ser humano, condições para enfrentar e superar problemas e adversidades. Para conseguí-la, além de outros fatores, um ingrediente importante é o perdão. E é sobre isso que quero falar hoje.
Segundo a psicoterapeuta Rosa Argentina Rivas Lacayo "sem perdão não podemos crescer nem ficar mais fortes coma a adversidade". Muitas vezes costumamos "cozinhar" nossa dor em banho maria para mostrar o quanto fomos maltratados. Mas a niguém importa nosso sentimento, nosso sentimento não faz diferença afinal, não tem nenhum efeito. O que importa são as ações e o que somos capazes de oferecer agora, o passado é unicamente um de cada um. Quando nos apegamos a dor antiga, assumimos o papel de mártires e ficamos a espera de alguém que possa nos salvar milagrosamente, sendo que a única pessoa que pode nos salvar, somos nós mesmos.
Muitas vezes não perdoamos por pensar que poderemos estar contribuindo com a injustiça. Quem errou não pode ser perdoado, pois pode aproveitar de nossa nobreza e cometer o mesmo erro e assim, continuar nos machucando. De que vale a pena então perdoar? De acordo com Fred Luskin, em seu guia "O poder do perdão" perdoar não é aceitar a crueldade, esquecer que algo doloroso aconteceu, nem aceitar o mau comportamento. O perdão é para nós, não para quem nos ofendeu. Ao perdoar, adimitimos que nada se pode fazer pelo passado e isso permite que nos libertemos dele.
Muitas vezes guardamos a ferida dentro da alma e a tiramos de vez em quando para fitá-la, ficamos relembrando dos tristes momentos que vivemos e assim, ficamos revivendo, na esperança de não esquecer para não deixar acontecer novamente nada parecido. Parece ser tão dificil abrir mão dessa lembrança, dessa dor, assim ficamos eternamente sofrendo por algo que não pode ser mudado.
Não conseguimos perdoar, nem quem nos causou mal, nem a nós mesmos. Muitas vezes, quando erramos, nos sentimos merecedores de castigo. Mas é preciso perdoar. Perdoar não é esquecer o erro, perdoar é começar de novo, com a experiencia adquirida mas sem os rancores que teimamos em guardar como tesouros, e que afinal nos fazem tão mal, sempre nos confundindo sobre as possibilidades do presente.
O perdão não é algo que se dê ao outro, mas um presente que damos a nós mesmos. Vamos então nos presentear porque ninguém se importa tanto com a gente como nós mesmos.
E pra finalizar gostaria de indicar um filme, "Um beijo a mais". É uma refilmagem do filme italiano "O Último Beijo" (L'Ultimo Baccio, 2001) que ainda não vi. Apesar da crítica, gostei dessa versão, principalmente da trilha sonora. É um filme que fala sobre relacionamentos e perdão. =]

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

What'Cha Gonna Do




Listen.. just for relax..
=]

Be different!

O que exatamente é ser diferente? Quem define o que é correto ou errado? O que não é igual, que é divergente do padrão, sendo padrão o modelo oficial, aquilo que serve de base ou norma para avaliação de qualidade. Esse padrão é definido socialmente e quem foge dele é excluído. As pessoas tem o hábito de criar um alvo, escolher alguem para descontar as frustrações, principalmente para fugir dos defeitos próprios.
Porque não podemos ser como somos? Mas o pior é ser diferente, não por escolha, mas por ter de alguma maneira, seja nascido, seja acidentalmente, se tornado diferente. Eis então a necessidade de se trabalhar a inclusão.
Um dos critérios que deve ser usado para trabalhar a inclusão é parar de se preocupar com as diferenças e valorizar as habilidades, motivando a potencialidade do individuo. E junto com a família, a escola tem importante papel nessa etapa, pois geralmente é na escola que começa a vida social de uma pessoa. E essa socialização precisa ser inclusiva para assim, a escola formar pessoas, apesar de diferentes do "padrão", com autonomia e confiança em si próprias.
Estou estudando sobre Inclusão: teoria e prática. Acessando o fórum de discussão sobre o tema, encontrei um trecho de ASCLEPIO (Médico, sociólogo, professor, contador de histórias, político contra partidos) - Publicação: November 01, 2006. Acho que vale a pena ler e refletir, então segue abaixo:

"A EXPRESSÃO infanticicidio do latim infanticidium sempre teve no decorrer da história o significado de morte de criança, especialmente no recém-nascido.
No império romano e também em algumas tribos bárbaras a prática do infanticídio era aceite para facilitar a distribuição de comida pela população. Eliminando-se crianças, diminuia-se a população o que permitia um controle administrativo distributivo por parte dos governantes.
Na actualidade a India é um país onde há elevado indice de infanticídio feminino, o que gerou um desiquilibrio entre os sexos na população de actualmente 50 milhões.
É também prática corrente na China em consequência da politica demográfica, vitimando sobretudo as crianças do sexo feminino.
A psicose pós-parto é reconhecida como intrumento legal de defesa em pelo menos 30 paises, nomeadamente quando os filhos têm menos de um ano de idade.
Peter Singer, Professor de Bioética na Universidade de Princeton, no seu livro "Ética Prática", vem provocar a comunidade internacional ao rever o conceito pessoa, a partir do qual defende a ideia de que só se deve viver uma vida qua valha a pena ser vivida. Incómodo e polémico argumenta que a vida de um feto (e de um embrião) não possui mais valor que a vida de um animal que para o mesmo apresenta um nível semelhante de racionalidade.
Considera o infanticidio moralmente justificável nas crianças com severas deficicências intelectuais. Vai mais longe ao considerar qua alguns animais são mais inteligentes que alguns seres humanos nomeadamente com grave dano cerebral, pelo que se devem tratar com igual ou até menos consideração. Considera inclusivamente que os animais têm mais direito à vida que estes seres humanos.
Também John Harris, membro do comité de ética da Associação Médica Britânica durante um debate veio sugerir que não há diferença moral entre abortar um feto e matar um bebé. Defende o infanticidio nos casos de uma criança com desordem genética que não sejam detectadas durante uma gravidez, considerando a situação moral, aceitável e admissivel à luz dos conhecimentos actuais.
Tudo a propósito de duas questões: uma o facto de em Portugal se reiniciar a discussão sobre a interrupção voluntária da gravidez em referendo, com todo o aproveitamento politico que nada trará de util a uma discussão pública (o Parlamento tem instrumentos para regulamentar permitindo uma poupança economica que só enriqueceria o país).
A outra situação: recentemente foi reanimada no Hospital da minha área uma doente oligofrénica, mongoloide (sindrome de Down) com 38 anos (acima da idade média de sobrevivência). Foi ligada a um ventilador, devido a uma pneumonia.
Tem tido uma evolução favorável. Ligada ao ventilador delirei com o seu sorriso de criança, infantil mas de felicidade presente muitas vezes ao longo das 24 horas. Nesses momentos será que é um ser pensante? e se é o que pensará? É lindo de se ver.
Estou confuso com a leitura dos eticistas, desiludido com algumas ideias, mas também pensativo:
Deveria a doente ter sido morta à nascença? Foi ético ter sido reanimada e ligada a um ventilador com a idade avançada para a doença que tem? Se estou confuso, não me confundam mais... E aquele sorriso?"
Outro dia ainda volto nesse assunto do trecho citado acima para falar um pouco sobre o desenvolvimento de crianças em seus primeiros meses de vida. É um assunto um pouco extenso então melhor deixar pra depois. =]