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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Be different!

O que exatamente é ser diferente? Quem define o que é correto ou errado? O que não é igual, que é divergente do padrão, sendo padrão o modelo oficial, aquilo que serve de base ou norma para avaliação de qualidade. Esse padrão é definido socialmente e quem foge dele é excluído. As pessoas tem o hábito de criar um alvo, escolher alguem para descontar as frustrações, principalmente para fugir dos defeitos próprios.
Porque não podemos ser como somos? Mas o pior é ser diferente, não por escolha, mas por ter de alguma maneira, seja nascido, seja acidentalmente, se tornado diferente. Eis então a necessidade de se trabalhar a inclusão.
Um dos critérios que deve ser usado para trabalhar a inclusão é parar de se preocupar com as diferenças e valorizar as habilidades, motivando a potencialidade do individuo. E junto com a família, a escola tem importante papel nessa etapa, pois geralmente é na escola que começa a vida social de uma pessoa. E essa socialização precisa ser inclusiva para assim, a escola formar pessoas, apesar de diferentes do "padrão", com autonomia e confiança em si próprias.
Estou estudando sobre Inclusão: teoria e prática. Acessando o fórum de discussão sobre o tema, encontrei um trecho de ASCLEPIO (Médico, sociólogo, professor, contador de histórias, político contra partidos) - Publicação: November 01, 2006. Acho que vale a pena ler e refletir, então segue abaixo:

"A EXPRESSÃO infanticicidio do latim infanticidium sempre teve no decorrer da história o significado de morte de criança, especialmente no recém-nascido.
No império romano e também em algumas tribos bárbaras a prática do infanticídio era aceite para facilitar a distribuição de comida pela população. Eliminando-se crianças, diminuia-se a população o que permitia um controle administrativo distributivo por parte dos governantes.
Na actualidade a India é um país onde há elevado indice de infanticídio feminino, o que gerou um desiquilibrio entre os sexos na população de actualmente 50 milhões.
É também prática corrente na China em consequência da politica demográfica, vitimando sobretudo as crianças do sexo feminino.
A psicose pós-parto é reconhecida como intrumento legal de defesa em pelo menos 30 paises, nomeadamente quando os filhos têm menos de um ano de idade.
Peter Singer, Professor de Bioética na Universidade de Princeton, no seu livro "Ética Prática", vem provocar a comunidade internacional ao rever o conceito pessoa, a partir do qual defende a ideia de que só se deve viver uma vida qua valha a pena ser vivida. Incómodo e polémico argumenta que a vida de um feto (e de um embrião) não possui mais valor que a vida de um animal que para o mesmo apresenta um nível semelhante de racionalidade.
Considera o infanticidio moralmente justificável nas crianças com severas deficicências intelectuais. Vai mais longe ao considerar qua alguns animais são mais inteligentes que alguns seres humanos nomeadamente com grave dano cerebral, pelo que se devem tratar com igual ou até menos consideração. Considera inclusivamente que os animais têm mais direito à vida que estes seres humanos.
Também John Harris, membro do comité de ética da Associação Médica Britânica durante um debate veio sugerir que não há diferença moral entre abortar um feto e matar um bebé. Defende o infanticidio nos casos de uma criança com desordem genética que não sejam detectadas durante uma gravidez, considerando a situação moral, aceitável e admissivel à luz dos conhecimentos actuais.
Tudo a propósito de duas questões: uma o facto de em Portugal se reiniciar a discussão sobre a interrupção voluntária da gravidez em referendo, com todo o aproveitamento politico que nada trará de util a uma discussão pública (o Parlamento tem instrumentos para regulamentar permitindo uma poupança economica que só enriqueceria o país).
A outra situação: recentemente foi reanimada no Hospital da minha área uma doente oligofrénica, mongoloide (sindrome de Down) com 38 anos (acima da idade média de sobrevivência). Foi ligada a um ventilador, devido a uma pneumonia.
Tem tido uma evolução favorável. Ligada ao ventilador delirei com o seu sorriso de criança, infantil mas de felicidade presente muitas vezes ao longo das 24 horas. Nesses momentos será que é um ser pensante? e se é o que pensará? É lindo de se ver.
Estou confuso com a leitura dos eticistas, desiludido com algumas ideias, mas também pensativo:
Deveria a doente ter sido morta à nascença? Foi ético ter sido reanimada e ligada a um ventilador com a idade avançada para a doença que tem? Se estou confuso, não me confundam mais... E aquele sorriso?"
Outro dia ainda volto nesse assunto do trecho citado acima para falar um pouco sobre o desenvolvimento de crianças em seus primeiros meses de vida. É um assunto um pouco extenso então melhor deixar pra depois. =]

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